quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A Ilha!

Para quem gosta de curiosidades, e, principalmente de Cotijuba, aqui vai uma ótima indicação para o final de semana. Está em cartaz no Cine Líbero Luxardo, até dia 24/11 o filme "A Ilha", do cineasta Mateus Moura.



SOBRE O FILME

O filme foi rodado entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013, na ilha de Cotijuba, na Baía do Guajará, Marajó e na Ecovila Iandê, na Comunidade de São João Batista em Santa Bárbara. Foi produzido de maneira independente, entre as produtoras Maria Preta, Insular Produções e Coletivo Quadro a Quadro, com apoio do Miritismo.

SINOPSE

Nazareno é mais um homem que nasceu e trabalha no continente e, que, hoje, sobrevive na Ilha. A travessia faz parte de sua rotina. Sob ele, todos os dias, flui o Grande Rio, inundado de historias mal-contadas. Sua esposa, Carline, é dona de casa, e a monotonia faz parte de sua rotina doméstica insulada, assim como um certo receio diante do desconhecido. Ambos sonham com a chegada de um filho, que distraia o tédio e gere um novo prazer pela vida. O sonho vira pesadelo quando o seu destino se cruza com a obrigação de Silene, nativa da ilha.

TRAILER



















Manifestação Cultural e Eventos

As manifestações culturais que ocorrem na ilha, são, em sua maioria, religiosas. As festividades religiosas são desenvolvidas por diferentes denominações cristãs, como Católica, Assembléia de Deus, Adventistas do Sétimo Dia, Salão do Reino das Testemunhas de Jeová e Quadrangular. A igreja Católica realiza todo ano várias festividades de seu interesse, dentre elas destacam-se a de Nossa Senhora da Conceição, comemora-se este evento desde 1994, durante o dia primeiro até dia oito de dezembro. A igreja de Nossa Senhora da Conceição está localizada na comunidade Flexeira, coste oeste da ilha. Além dessa festividade, Cotijuba celebra o dia de São Francisco de Assis, padroeiro dos católicos do lugar, o evento o corre desde 1952. A igreja está situada na área da Faveira e a festa ocorre durante o dia primeiro até o dia quatro de outubro.
Outras manifestações religiosas costumam ser realizadas através de cultos longos, onde é praticado rituais sacros, orações, projetos de ajuda humanitária e espiritual, mas sem veneração aos santos.

Além dos eventos religiosos, acontece o Projeto Ciência na Ilha, cujo objetivo é aproximar as comunidades das ilhas da capital paraense do ambiente acadêmico. O evento é realizado pelo Instituto de Educação Matemática e Cientifica (IEMCI), através do clube de ciências.
O projeto foi criado em 2006 e acontece anualmente em Cotijuba desde 2009, tem o apoio da população e do Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém e da Paróquia São Francisco de Ilhas.

Localização Geográfica da Ilha

Cotijuba está localizada geograficamente, entre o arquipélago do Marajó e as ilhas de Jutuba e Paquetá, à margem direita do estuário do rio Pará, entre as baias do Marajó e do Guajará, apresentando uma forma alongada em direção ao nordeste sudeste (BELÉM, 1997). Ela apresenta uma extensão territorial aproximada a 1.600 hectares e está localizada a 22 km da sede municipal. 
Até 1948 (através da Lei Estadual de nº 158), estava vinculada administrativamente ao Distrito Administrativo de Mosqueiro (DAMOS). Cotijuba está localizada nas coordenadas 1°14'51.44"S e 48°32'47.14"O. 
A ilha está vinculada ao Distrito Administrativo de Outeiro (DAOUT), através da lei 
Municipal de nº 7.682 de 1995, porém, sempre estabeleceu significativos fluxos e relações com o Distrito Administrativo de Icoaraci (DAICO). Sua localização em relação à Região Metropolitana de Belém e ao estado do Pará.




Infraestrutura e Segurança

Nota-se em Cotijuba uma infraestrutura precária e isso vem contribuindo para várias demandas de produção, circulação, consumo, serviços básicos de atendimento à população local e saneamento básico. O pouco de infraestrutura que há, está concentrado na Faveira, onde estão as atividades comerciais e a prestação de serviços públicos e particulares. É nesta área que se observa maior concentração populacional.
O poder público na Ilha, atua com geração e distribuição de energia elétrica, água encanada, coleta e transporte do lixo para Belém, aos serviços de saúde, educação, comercio, segurança e transporte (fluvial e terrestre).

Ao falarmos de segurança em geral, sabemos que Belém já não está entre as mais seguras, assim como Cotijuba, onde há reclamações constantes a respeito da falta de delegacia no município. A segurança é feita apenas pela Polícia Militar. O governo do estado informou que a ilha está entre algumas localidades que irão ganhar novas unidades policiais. 



Evolução no número de habitantes da ilha e sua economia

No que diz respeito aos dados demográficos da população não são coerentes, pois esse contingente aumenta de acordo com momentos específicos como feriados prolongados, férias e fins de semana.O censo demográfico de 1991 do IBGE aponta para um contingente  populacional de 637 habitantes. A Fundação Nacional da Saúde (FNS) divulga 1.658 e informações da Associação dos Moradores da Ilha de Cotijuba e Ilhas Adjacentes (AMICIA) apontam para 4.000 habitantes aproximadamente. 
Em um trabalho realizado em 2001 pelo turismólogo Eduardo Gomes intitulado “Ilha de Cotijuba e experiência de ecoturismo comunitário no estuário amazônico”, os dados de população são de 3.000 habitantes.O trabalho realizado um ano depois pela socióloga Lana Claudia Macedo da Silva aponta para um contingente populacional de 2.133 pessoas. 
 Segundo a administração local da ilha em 2010, a estimativa do número de habitantes da ilha eram aproximadamente  eram de 5.000 pessoas. 
                                                                ( Fonte: SECON, 1998)
Atualmente, não há dados sobre a população em Cotijuba, mas a estimativa é que esteja muito maior do que em 2010, já que a ilha a cada ano atrai mais turistas. A economia dos habitantes desse ilhéus está baseada na pesca (familiar,artesanal e comercial), agricultura de subsistência, o agroextrativismo  e mais recentemente as atividades ligadas ao turismo. 

Hospedagem em Cotijuba

 A Ilha de Cotijuba possui pousadas  de estilos rústicos, simples e oferecem somente os serviços básicos. Nem todas as pousadas oferecem o café da manhã, mas há outros estabelecimentos que dão conta disso.
Segundo os dados da pesquisa de Denis Lopes, os valores médios da diária em 2011 estavam assim:
  • Quarto ou chalé com banheiro = de R$ 40,00 a R$ 60,00
  • Quarto ou chalé com banheiro comunitário = de R$ 25,00 a R$ 35,00
  • Camping = R$ 15,00 a R$ 30,00

Cotijuba possui muitas pousadas, porém, citaremos as mais frequentadas pelos os turistas, que são: 

  • A pousada Matapi fica na Praia do Farol. Dispõe de chalés, cada um com duas suítes amplas medindo 16 m² cada uma. Dez destas suítes são completas, com ar- condicionado, frigobar e televisão e as outras quatros são simples, com ventilador e televisão. Também oferecem piscina, lago para pesca e brinquedos infantis.
                                                ( Fonte : http://pousadamatapicotijuba.com/)

  • A Pousada Quarto Crescente fica na Praia Vai-Quem-Quer, na rua Magalhães Barata, 1265. Dispõe de onze quartos com cama, mosquiteiros, ventiladores e armadores de rede.


                                        ( Fonte: http://pousadaquartocrescente.blogspot.com.br/)


  • A Pousada Rios fica na Praia do Farol. Tem 18 quartos para duas ou mais pessoas, com banheiro interno, mosquiteiro e ventilador. Dispõe de uma grande sala de estar refrigerada. Oferece um restaurante regional e um bar.
    
(Fonte: Google) 
  • A Pousada Sol e Lua, localizada na Praia do Vai-quem-quer,  tem acesso pela praia e pela Av. Magalhães Barata. É uma das primeiras pousadas da praia, mantém a tradição ecológica, privilegiando o rústico e a natureza. Oferece apartamentos com banheiros privativo e ar condicionado ou ventilador.






terça-feira, 19 de novembro de 2013

Transporte

Quando Cotijuba se transformou em Área de Proteção Ambiental, foi proibido a circulação de veículos motorizados, por tanto, o transporte é feito através de charretes movidas por tração animal e bondinhos movidos por tratores agrários, lembrando que para chegar a ilha, é necessário a travessia de barco.

A infraestrutura da ilha é rústica, com água retirada de poços artesianos e energia elétrica proveniente de gerados à diesel (fornecido 24 horas por dia). As comunidades vivem da pesca e agricultura de subsistência. As praias com menos acessibilidade possuem fundo lodoso e intercaladas por mangue, onde são capturados camarões e peixes, e várzeas, onde são utilizadas para a pesca de curral.

As praias banhadas pela Baía do Marajó são apropriadas ao banho, porém, as demais são menos acessível e exploradas, lembrando que a ilha possui um grande potencial turístico, mas este acontece timidamente por lá. A illha possui inúmeros igarapés e dezesseis lagos.

                                 
                                                              Fonte: Vilutis, 2012.
Fonte: Ana Lúcia, 2009.

"Vai até quem não quer". Uma pequena amostra dos atrativos naturais e turísticos de Cotijuba

A Ilha de Cotijuba possui quinze quilômetros de litoral e suas praias são pouco exploradas. As praias que são banhadas pela Baía do Marajó (ficam de frente para a Ilha de Marajó) são as preferidas para banho.
                                                                (Fonte: Belemtur)

A mais famosa é a Praia do Vai-quem-quer, por ser a maior e ser pouco frequentada. O Vai-quem-quer fica a 9 quilômetros do porto da ilha e possui infraestrutura simples, com pousadas rústicas e bares que servem comida caseira.

A Praia do Farol, ideal para família com crianças, é a que possui a maior estrutura para hospedagem de turistas, com um total de oito pousadas e mais de oitenta suites (com ventilador, com ventilador e TV, com ar condicionado, TV e frigobar, etc).

No Farol, há diferentes tipos de bares e restaurantes, com músicas também variadas: saudade, pagode, forró e teco brega. Nos feriados prolongados, há programação nas pousadas e na praia com música ao vivo, baile de saudade, luau, etc.
Caso o visitante queira mais tranquilidade, a 15 minutos de caminhada do Farol estão as desertas praias do Amor e da Saudade.

A Praia Funda é formada por uma linda enseada e é pouco frequentada. Seu nome se deve ao fato de possuir um terreno íngreme, que torna a praia profunda a poucos passos da beira.
As outras praias que ficam de frente para a Baía do Marajó são a Praia da Pedra Branca e Flexeira. As outras praias conhecidas da ilha são a do Cravo e do Cemitério.O clima na ilha de Cotijuba é quente-úmido, com chuvas abundantes e frequentes no período de janeiro a abril (inverno regional). De julho a novembro é verão na Amazônia, as águas das praias ficam esverdeadas e as chuvas escassas. Chegando a uma temperatura de 26°C.

                                               Praia do Farol         Praia do Vai- quem-quer
                                                                ( Fonte: Google)
Para chegar em Cotijuba, só acontece através de embarcações, que embarcam no porto de Icoaraci, a viagem tem a duração de 45 minutos, de pura beleza que a natureza nos proporciona.


Saúde e Educação em Cotijuba

No quesito saúde, Cotijuba possui uma  unidade de Urgência e Emergência, localizada na Rua Manoel Barata s/nº, em frente a Igreja São Francisco. A unidade conta com uma sala de parto devidamente equipada, sonar, aspirador, focos, cilindro de oxigênio, berço aquecedor, mesa ginecológica, mesa métrica e balança para bebê, adultos e outros. O atendimento é 24 horas.
O serviço de saúde da ilha é completado pelo projeto do governo chamado de Programa Família Saudável, que pretende atuar na prevenção e melhoria na qualidade de vida da população local. A ação do programa está ligada à prevenção de doenças como dengue e malária.

Quando se trata de educação, Cotijuba não possui escolas privadas, seja fundamental, médio ou superior, e sim escolas públicas completas.A escola Eidorfe Moreira (Escola Bosque), é uma das mais conhecidas e possui 3 sedes espalhadas pela ilha, em Praia Funda, Praia da Flexeira e na comunidade do Poção. Ressaltando que é apenas ofertado o ensino fundamental. Para algum aluno concluir o ensino médio, tem a Escola Estadual Marta da Conceição, com sede em Vila da Faveira, localizado na comunidade de Pedra Branca.
Em 1994, Cotijuba possuía um índice muito elevado de analfabetismo, incluso crianças e adultos, porém, atualmente, esses dados vem caindo.

                                  

                                           Fonte: Ascom Funbosque, 2013.










Conhecendo Cotijuba

A Ilha de Cotijuba foi, primeiramente, habitada pelos índios Tupinambás, que lhe deram esse nome, que em tupi significa "trilha dourada", devido a argila amarelada presente no solo da Ilha. 


Cotijuba passou a ser integrada a cidade de Belém em 1784, devido a comercialização de arroz, este era cultivado no Engenho Fazendinha. Com a desativação do engenho, várias famílias que sobreviviam do extrativismo passaram habitar a ilha.

Com a urbanização chegando, Belém passou a ter altos índices de criminalidade infanto- juvenil devido a crise econômica por conta do declínio da Belle Époque. Após a crise, foi inaugurado na ilha o Educandário Nogueira de Faria, construído para abrigar os menores infratores da época. Além dos jovens que cometiam crimes, o presídio abrigou vários políticos presos durante a ditadura militar. Após ser extinto, a ilha foi transformada em ilha presídio, abrigando condenados, presos políticos, adultos e menores, foi uma época em que Cotijuba presenciou uma grande crueldade. Hoje, o que resta da penitenciária são apenas ruínas.

                                             Fonte: Holofote Virtual, 2013.

Devido a riqueza de biodiversidade de Cotijuba e sua proximidade com a capital, em 1988, a Constituição Brasileira decretou que a ilha pertencia ao domínio de Belém. Em 1990, com a Lei Municipal, a ilha passou a ser uma Área de Proteção Ambiental, proibindo a circulação de veículos motorizados, com exceção para os de segurança e saúde. 

Em 2005, segundo moradores, o ultimo preso faleceu, com ele todo o passado da cidade foi enterrado e hoje, Cotijuba é um patrimônio visitado, preservado e valorizado por todos, onde pode se encontrar os sabores e cheiros únicos existentes na Amazônia.